1. |
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Acho que nesse domingo eu vou ficar triste
Acho que nesse domingo eu vou ficar triste
Quando bater umas cinco e meia da tarde
Eu vou sentir a segunda soprando aqui no meu cangote,
Meu cangote.
Provavelmente eu já vou tá cansado, e bebido.
Quem sabe até telefonado, ou quem sabe, atendido?
Algum telefonema de um dos meus velhos amigos
Que bebem, cativos, no mesmo instante que eu,
Que eu.
Me perguntando: "nego, e esse finzinho de tarde"?
Num sei se minto, ou no caso, se digo a verdade.
Acho que ainda tenho cinco contos aqui no meu bolso,
No meu bolso.
E como eu sou em mais um de um vício viciado.
Vou ter que decidir então se eu bebo ou se eu trago
E como eu já tô embriagado eu decido comprar
Altivo, e com meu isqueiro no bolso eu volto
Soltando fumaça já que a boca tá aberta.
Soltando fumaça já que a boca tá aberta.
Soltando fumaça já que a boca tá aberta.
Soltando fumaça já que a boca tá aberta.
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2. |
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Não há nada mais importante naquilo que lhe condiz
Fui ficando velho
Nesse quarto,
Ante ao fato:
Impulso-vivo-medo-de-morrer
E o anfiteatro ao lado
A imagem
O quadro
Pendurado
Fica em cima da TV
Justo no instante
Em que eu derreto
Um elefante
Sob a língua
Que ela vai morder
E todos os meus grilos
Bem contidos
Como as pragas do Egito
Vêm me aparecer
E já que deu barato
Nós dois
Trocamos conversa
Que não enche barriga
Mas gasta teu dinheiro depois
Pois não há nada mais importante
Naquilo que lhe condiz
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3. |
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Tudo em volta de mim vira um vão
Eu não quero
Por nada
Te importunar
Nem que seja pra você rir
Paro
E penso
Perco em pensar
Até mesmo sobre nós dois
Saiba que assim mesmo
Eu fui escrever
Pra quem quiser entender
Ou não
Que se o acaso vier te levar
Tudo em volta de mim vira um vão
Entre filmes
E crimes
Vou declarar
Eu morro de medo de mim:
- é.
E disso tudo
Não há o que explicar
Nada que tu possas querer
Saiba que assim mesmo
Eu vou lhe dizer
Entenda o que você quiser
Ou não
Que se o acaso vier te levar
Tudo em volta de mim vira um vão
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4. |
04. boogie and blues
01:38
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Boogie and Blues
E ainda embora
Você fique pra trás
E aí se pergunta
O que ainda lhe falta
O bom ainda
É que estamos
No começo
Desse último mês
E o que lhe sobra de juros
Você investe
Você esquece
Em doze prestações
Que não desaparecem
E bebo
Sem dente
Eu me pego
Sorrindo
Porque amor
Amanhã ainda é domingo
E teu principio sumiu
E desde o principio
Ninguém sabe nem viu
Ouvindo
Boogie And Blues
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5. |
05. eu sinto teu medo
02:40
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Eu sinto teu medo
Eu sinto teu medo
Quando você não sangra
Meu bem não tem jeito
Mas você não me engana
Tantas noites de insônia
E teu corpo febril
E por acaso
Quem sou eu pra entender?
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6. |
06. doutor por favor
02:48
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Doutor, por favor
Doutor eu vim no “cool” da madruga
Pra ver se o senhor me regula
Passo mal, isso é tão natural:
Cabeça, o coração, uma tontura
A patroa veio me acompanhar
Jogando a verde pra colher na madura
Doutor me faça o favor
E cuide logo do meu amor
E veja que não é só eu que digo isso não
O senhor me olhando assim parte o meu coração
E veja se não é um barato de admirar
O doente sou eu e o senhor quer chorar
E de antemão
A como é a consulta?
Porque minha carteira
Antes do luto ela luta
Saiba o senhor que eu vou lhe pagar
E vou falar do senhor tão bem lá no Jiquiá
Doutor não seja cruel
Segundo o senhor primeiro Deus lá no céu
E veja que não é só eu que digo isso não
O senhor me olhando assim parte o meu coração
E veja se não é um barato de admirar
O doente sou eu e o senhor quer chorar
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7. |
07. molho
00:51
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Molho
Quem não enche a tampa
No fim de semana
É sem molho
Quem nunca faz uma frente
Nem te quebra um galho
É sem molho
Que deixa na saudade
Todo tipo bacana
E fica na surdina
Pondo o pé pro descuidado cair
É sem molho
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8. |
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Meu Deus eu virei um garçom
Você não sabe
Os vexames que eu passo no bar
Até amanhecer
Não sou o primeiro a partir
Mas sempre o primeiro a chegar
Tentando ser o mais gentil
Mais todos os bêbados
Já sabem meu nome
Por mais que eu queira evitar
Por mais que eu não queira atenção
Por mais que eu queira fumar
Um cigarrinho na dispensa
Eu acendo
Eu apago
A luz do salão
Meu Deus
Eu virei um garçom
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9. |
09. que resignação
02:08
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Que resignação
Como eu pu’desconfiar de ti
E não fui te ouvir?
E chorando
Cheirei
A tua calça
E as lágrimas
Escorreram
Em mim
Por teu suor
Que resignação!
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10. |
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Os sintomas da velhice de agora
Enquanto eu sigo a apodrecer
Sempre tem algo a acontecer
Sem distinção para quem destinar
São doze palmos, meu filho,
Há muito tempo eu admiro
O buraco em que vão me enterrar
E assim o meu moralismo
Enquanto eu tiver dormindo
Não funciona assim que eu acordar
Ao mesmo tempo eu nem ligo
No auge do meu cochilo
O meu bocejo fez cinema fechar
Eis os sintomas da velhice de agora
Depois
Eu tomo um remédio
Que eu num sei onde eu botei
Eis os sintomas da velhice de agora
Depois
Eu vejo umas fotos
De adolescentes pós-modernas em vão
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11. |
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Tenho no espelho saudades do meu cabelo
- Meu caro amigo, há quanto tempo! Chegasse agora eu de partida a gente se encontra em outro momento. Pois cruzei por tantas bocas, em quatro versos que de fato só fizeram mesmo foi queimar meu filme. Por isso mesmo eu não estou aqui, se perguntarem diga logo “esse daí mais gordo eu nunca vi”. Preciso mesmo é de uma viagem. Se esse caso não é o seu, por favor, me deixe à vontade.
E achando isso tão bom, espanto os grilos com som, e colho um quilo do bom e tenho no espelho saudades do meu cabelo.
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12. |
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O grande encontro criptosodomita
O grande encontro criptosodomita
No salão oval,
Candelabros e flores
Quem não acenou
Usou e abusou
Dos dedos
E os presentes
Sorriram com orgulho
Dos dentes
Lorde François
Então levantou-se
E seu discurso foi lindo e sutil
Os pederastas
Choraram e se abraçaram
Deu-se o sinal
E a valsa das dez começou
Cientistas
Artistas
E universitários
Atores
Modelos
E Seus empresários
Bebidas
Coquetéis
Petisco
E camaradagem
Num fim de semana
Com a nata pernambucana
O grande encontro criptosodomita
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13. |
13. você é um estouro
04:19
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Você é um estouro
Eu vejo tua foto no computador
Você sempre parece melhor que o normal
E leio teu sobre nome
E ele se encaixa no meu
Mas uma geladeira se aloja em minha boca
E por elas as palavras todas se congelam
E eu nunca consigo dizer que você
É um estouro
E quando eu te encontro no elevador
Do nada eu começo sempre a passar mal
Disfarço falando do tempo
Parece que não funcionou
Pois uma geladeira se aloja em minha boca
E por elas as palavras todas se congelam
E eu nunca consigo dizer que você
É um estouro
Eu vejo tua foto no computador
Você sempre parece melhor que o normal
Eu tenho teu telefone
Não ponho ele pra funcionar
Pois uma geladeira se aloja em minha boca
E por elas as palavras todas se congelam
E eu nunca consigo dizer que você
É um estouro
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14. |
14. noia?
02:51
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(Instrumental)
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15. |
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Um Bando De Crocodilos
Todo mundo na sala de estar
E todos eles pra lá de bêbados
Com sorrisos grudados no rosto
Mas sempre pinta gente morgada
Ouvindo um sonzinho
Que ecoa de dentro do som
Na trilha, num clima, tranquilo
Tranquilo, em cima da trilha
Por isso amor me entenda
Não vamos entrar em contenda
Tão tudo no auge, no brilho,
E claro que o nego nem precisa dizer
Que o momento me lembra
Que essa gente não vale a pena
Um bando de crocodilos
Com média de setenta quilos
Na saída eu sei eu vou vomitar
Mas eu quero é manter meu sapato limpo
Eu já tava inteirado do inicio
Que ia tá rodeado só de tipinhos
Uma "playboyzada" tão linda
Mas num bate um prego no sabão
Tranquilo, na trilha, no clima
No clima em cima da trilha
Por isso amor me entenda
Não vamos entrar em contenda
Tão tudo no auge, no brilho,
E claro que o nego nem precisa dizer
Que o momento me lembra
Que essa gente não vale a pena
Um bando de crocodilos
Com média de setenta quilos
E um papo água pra cima de mim
Pode até piorar mas que se chegue ao fim
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